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Saiba como seu sono pode ter relação com AVC


Não é novidade para ninguém que o sono tem uma série de funções relacionadas ao equilíbrio emocional, psíquico e de nosso metabolismo.


Uma noite de sono inadequada prejudica nosso humor, reduz nossa concentração e nos torna menos produtivos, além de levar a muitos sintomas como dor de cabeça, fadiga, irritabilidade e dificuldade de memória.


Através desse artigo, quero comentar sobre algo que talvez você não saiba. Sim, os distúrbios do sono podem ter relação com o AVC. De forma mais específica, vou falar

sobre uma condição chamada apneia do sono.


A apneia obstrutiva do sono, ou simplesmente apneia, significa parada da respiração. Portanto, é uma alteração em que o indivíduo sofre breves e repetidas pausas respiratórias enquanto dorme.


Por que a apneia acontece durante o sono?


De forma simples, a nossa garganta é um tubo estreito e, quando estamos dormindo, há um relaxamento global de nossos músculos.


Desse modo, a base da língua e os tecidos da faringe, quando relaxados, bloqueiam repetidamente a passagem do ar. Portanto, há parada da respiração porque o ar não chega aos pulmões.


Para que o indivíduo possa sair da apneia, ele precisa despertar, pois a musculatura volta a ganhar força e a garganta se mantém novamente aberta.


Agora imagine só: você dorme, tem apneia e desperta...volta a dormir, tem apneia e volta a despertar... Este ciclo pode se repetir dezenas a centenas de vezes durante a mesma noite.


O que acontece? Simples de concluir: um sono profundo e reparador não ocorre.


Qual a relação da apneia com AVC?


A apneia do sono mais que dobra o risco de um indivíduo ter AVC.


Isso acontece porque a interrupção da passagem de ar leva à redução das taxas de oxigênio, acarretando aumento da pressão arterial, maior estresse oxidativo e inflamação.


Com o passar do tempo, todas as alterações citadas acima tornam os vasos cerebrais mais susceptíveis ao depósito de gordura (processo de aterosclerose) ou até mesmo de ruptura, contribuindo para a ocorrência do AVC isquêmico e hemorrágico.


Quem está mais propenso a ter apneia?


Esse distúrbio do sono ocorre mais frequentemente em homens e surge sobretudo entre os 40 e 50 anos de idade, embora possa se desenvolver em qualquer fase da vida. Atenção: mulheres também podem ter apneia!


O excesso de peso é o principal fator de risco para apneia. O aumento da circunferência do pescoço, a idade avançada e o histórico familiar são outros fatores que podem contribuir com o surgimento dessa condição.


Como saber se eu tenho apneia do sono?


Os sinais e sintomas relacionados à apneia são:

  • Ronco alto ou frequente;

  • Sensação de sufocamento ou engasgo durante o sono;

  • Sonolência excessiva durante o dia;

  • Dor de cabeça matinal;

  • Interrupção da respiração presenciada pelo(a) companheiro(a) de cama;

  • Cansaço e dificuldade de concentração.


Então, caso você tenha uma ou mais das queixas acima, deve buscar um profissional treinado e experiente no diagnóstico de apneia.


O estudo do sono é importante para o diagnóstico da apneia


Suspeita-se da doença através de uma história clínica detalhada e do exame físico, porém a confirmação do diagnóstico é feita através da polissonografia.


A polissonografia é um exame de registro de sono e, para os casos de apneia, pode ser feita no laboratório do sono, mas também de forma eficaz e mais confortável em sua casa (polissonografia domiciliar). Contamos ainda com dispositivos modernos, sem fios, como o Biologix (imagem abaixo).



Descobri que tenho apneia, quais os tratamentos?


O principal tratamento para os casos moderados e graves é o uso do CPAP, um aparelho de pressão positiva contínua que fica conectado através de uma máscara e deve ser utilizado durante o sono.


Para os casos leves, o uso de aparelho odontológico e a possibilidade de cirurgias faríngeas podem ser adequados. Além disso, a perda de peso é fundamental.


Espero ter ajudado você a reconhecer esse distúrbio comum do sono, mas pouco conhecido pela maioria das pessoas. Lembre-se: a apneia é potencialmente grave e pode ser tratada; por isso, procure um médico habilitado e faça uma avaliação clínica.



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