Antes de falar especificamente sobre as causas do AVC isquêmico, quero ressaltar aqui o impacto da doença no Brasil. Em 2021, 105.755 pessoas morreram vítimas do problema. Infelizmente, esse número aumenta ano a ano: em 2019, foram 102.233; em 2020, 103.073. Estou falando, portanto, da segunda causa de óbito em nosso país, ficando atrás apenas do infarto. E, para os que sobrevivem, a estatística também não é nada favorável: trata-se da maior causa de incapacidades no Brasil e no mundo.
Essa condição, como já abordei em outra postagem, ocorre quando um vaso sanguíneo do cérebro – mais especificamente, a artéria – é bloqueado por um coágulo. Interessante que isso pode acontecer de maneiras diferentes. Vou falar de três principais:
Primeiro, uma placa de gordura pode começar a se formar na parede da própria artéria do cérebro e tornar-se suficientemente grande a ponto de bloquear a passagem do sangue.
Segundo, uma placa de gordura ou coágulo pode formar-se em um vaso distante do cérebro. Porém, ele se desprende, ganha a corrente sanguínea e se aloja em um vaso que irriga o cérebro.
Terceiro, existem doenças do coração que podem predispor à formação de coágulos. Um exemplo disso é a fibrilação atrial, um tipo de arritmia. Com isso, da mesma maneira explicada logo acima, o coágulo deixa o coração, “viaja” pela corrente sanguínea e obstrui uma artéria do cérebro.
Lembro ainda que existem causas específicas e menos comuns de AVC. Dissecção arterial, câncer, uso de substâncias como cocaína e anfetamina, doenças autoimunes, infecções como meningite e inúmeras outras.
Dito isso, podemos facilmente chegar a uma conclusão: nem todo AVC é igual. Isso é super importante porque, uma vez que a pessoa teve a doença, ela não está livre de ter novamente. Por isso, é fundamental buscar um especialista para que ele encontre a causa específica e inicie um tratamento o mais rápido para prevenir que outro ocorra.
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