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O AVC aumenta em 73% o risco de suicídio; é hora de ler esse artigo e conhecer melhor o problema

Atualizado: 3 de out. de 2022


Estamos no Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina.


Por isso, escrevi este artigo para te alertar sobre uma importante constatação: pessoas que sobrevivem ao AVC tem um risco 73% maior de suicídio, comparado à população geral. Problema sério, não é?


Isso acontece porque o suicídio tem uma relação muito importante com outras doenças, como depressão e abuso de substâncias (álcool e outras drogas).


Imagine só a seguinte situação. Você trabalha, tem filhos para cuidar, sai durante os fins de semana para encontrar a família ou os amigos, tem uma vida frenética que se inicia às 6 horas da manhã e vai até às 10, 11 da noite. De uma hora para outra, se vê com dificuldade para andar, para se comunicar ou até executar atividades básicas, como escovar os dentes, trocar a roupa ou alimentar-se. Como consequência, precisa abandonar o emprego, depender de outras pessoas para situações simples do dia a dia e enfrentar muitas outras dificuldades.


Não é nada fácil, e é aí que a tristeza, a perda de energia e o desejo de se isolar tomam conta de quem sofreu um AVC.


Para se ter uma ideia, a cada 3 pessoas que sobrevivem ao AVC, uma delas vai ter depressão em alguma fase da vida.


Além disso, já sabemos hoje que a própria lesão no cérebro pode fazer com que a pessoa diminua sua capacidade de ter emoções positivas.


O local onde ocorreu a isquemia, os fatores genéticos herdados dos pais e a capacidade de formar novos neurônios após o AVC contribuem para que uma pessoa desenvolva ou não um quadro de depressão.


Por isso, preste bem atenção nos seguintes sintomas, pois estão frequentemente relacionados à depressão:

  1. Sentimento de tristeza ou de “vazio” persistente;

  2. Perda de vontade e prazer em atividades que antes eram simples e prazerosas;

  3. Irritabilidade;

  4. Pessimismo, sentimento de culpa ou inutilidade;

  5. Falta de energia;

  6. Dificuldade em se concentrar, memorizar informações ou tomar decisões;

  7. Alterações do sono, como dificuldade para dormir, despertar de manhã cedo ou estar dormindo demais;

  8. Perda ou ganho do apetite e do peso.

Se você está apresentando alguns desses sintomas, não pense duas vezes: procure um suporte profissional. Marque uma consulta com seu médico e inicie logo um tratamento.


No caso do AVC, lembre-se que tratar a depressão não vai apenas melhora seu humor, mas vai te ajudar também na recuperação física, cognitiva e intelectual.


Além disso, o apoio social é essencial. Fale com sua família, recorra a amigos, veja se há um grupo de apoio ao AVC na sua cidade. Todos os envolvidos na sua recuperação, sejam profissionais de saúde ou não, podem ajudar a aliviar sua dor e te acompanhar nessa caminhada, para torná-la menos pesada.


Finalmente, não custa lembrar: assim como no AVC, a depressão não é uma sentença. Existem tratamentos eficazes. Até mais!



Referências:

  • Stroke. 2021;52(4):1460-1464. doi: 10.1161/STROKEAHA.120.032692.

  • Stroke. 2017;48(2):e30-e43. doi: 10.1161/STR.0000000000000113.

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