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Conheça a doença que é fator de risco para AVC e acomete mais de 15 milhões de brasileiros

Diabetes: uma doença de todas as idades


O diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento de glicose no sangue. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 16 milhões de brasileiros vivem com diabetes, porém aproximadamente a metade ainda não tem o diagnóstico e, logo, não é tratada de maneira adequada.


Existem dois tipos principais da doença: o tipo 1 e o tipo 2.


O diabetes tipo 2 é o mais comum e está frequentemente associado ao envelhecimento e à obesidade. Seu início é mais lento e, por isso, provoca poucos sintomas.



O diabetes tipo 1 é mais comum em crianças e adolescentes, e ocorre porque o próprio corpo destrói as células no pâncreas que produzem a insulina. Esse hormônio chamado insulina tem como principal função controlar a quantidade de glicose no sangue. Por isso, quem tem diabetes apresenta aumento de glicose (ou hiperglicemia).


Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento do diabetes são a história familiar, a obesidade e o sedentarismo.


Apesar de silenciosa, o diabetes agride todo o corpo


A maioria dos pacientes tem pouco ou até mesmo nenhum sintoma relacionado ao diabetes. Quando aparecem, as queixas mais comuns são sede e fome excessivas, emagrecimento sem causa aparente, aumento da frequência urinária, infecções frequentes e presença de feridas que demoram a cicatrizar.


Porém, a longo prazo, essa condição vai causando um dano nos grandes e pequenos vasos do nosso corpo. Atenção especial aos rins, retina, coração e cérebro, porque são os mais comumente afetados.


Isso acontece porque o diabetes gera um processo inflamatório em todo o corpo. Essa inflamação leva ao endurecimento da artéria e faz com que sua parede seja diretamente agredida, motivo pelo qual 30% de todos os pacientes com AVC sejam diabéticos.


Uma pequena gota de sangue já pode ser o primeiro passo


Como eu descrevi acima, o diabetes envolve o aumento de glicose do sangue. Por isso, o teste de glicemia capilar, em que é retirada uma pequena gota de sangue na ponta do dedo, já pode ajudar no diagnóstico.


Outros exames, como a glicemia de jejum, a hemoglobina glicada e o teste de tolerância oral à glicose, são importantes para firmar o diagnóstico e podem ser solicitados por seu médico.


Atenção: você precisa saber se tem ou não diabetes


Doenças crônicas como hipertensão e diabetes, quando não tratadas adequadamente, podem gerar sérios problemas no futuro, como os que abordei acima.


Por isso, recomenda-se atualmente que todas as pessoas com 45 anos ou mais, mesmo sem fatores de risco, busquem saber se têm ou não a doença.


Essa recomendação vale também para quem tem sobrepeso ou obesidade, e pelo menos 1 fator de risco dentre os seguintes: hipertensão arterial, sedentarismo, história familiar de diabetes em pai ou mãe, doença cardiovascular, síndrome dos ovários policísticos ou história de diabetes na gestação.


Atenção também para quem fez exames de sangue recentemente e apresenta HDL menor que 35 mg/dL ou triglicérides maior que 250 mg/dL.


O cuidado com o seu corpo é a chave da prevenção e do tratamento


Como destaquei acima, o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco para o surgimento do diabetes.


Da mesma maneira, as escolhas alimentares tem efeito direto sobre o equilíbrio energético e, portanto, sobre o peso corporal, influenciando no tratamento dessa doença. Uma perda de peso inicial de 5 a 7% já pode produzir bons resultados não apenas no controle glicêmico, como também da pressão arterial e dos níveis de colesterol.

Eu sei que não é fácil começar esse tipo de mudança e, por isso, a avaliação médica e nutricional com profissionais especializados ajudam nesse sentido.


A contribuição da atividade física para o controle do diabetes também é indiscutível, mas também precisa ser bem orientada e acompanhada.


Um estudo de 2020, com 147 pessoas que viviam com diabetes tipo 2, mostrou que 60% dos participantes apresentou remissão da doença após mudança dos hábitos de vida. Resultado fantástico, não é mesmo?


E a pergunta mais importante: quais foram essas mudanças? Adotar uma alimentação equilibrada, com supervisão de uma equipe treinada, e praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana (por exemplo, 30 minutos por dia, 5x por semana), além de dar pelo menos 10.000 passos diários.


Por fim, sempre converso com meus pacientes que evitar o comportamento sedentário já pode ser um grande e fundamental início. Por exemplo, o simples ato de levantar-se ou fazer uma caminhada leve por menos de 5 minutos após um longo tempo sentado - e repetir isso a cada 30 minutos - melhora o controle de glicose em pessoas sedentárias com sobrepeso ou obesidade.


Agora me conta: você já fez algum exame para saber se tem ou não diabetes? Sabia que o controle de peso e a atividade física podem ajudar na prevenção e tratamento dessa doença?


Vai aqui abaixo e deixa também sua dúvida sobre o assunto.


Referências:

1. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). doi: 10.29327/557753.2022-1, ISBN: 978-65-5941-622-6.

2. Diabetes Care. 2016;39(11):2065-2079. doi: 10.2337/dc16-1728.

3. Lancet Diabetes Endocrinol. 2020 Jun;8(6):477-489. doi: 10.1016/S2213-8587(20)30117-0.

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