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Como evitar um segundo AVC?

Atualizado: 2 de jun. de 2022


Se você chegou até essa pergunta, provavelmente já teve ou conhece alguém vítima de um AVC. Justamente por esse fato, quero deixar claro meu propósito com esse blog: entregar bons conteúdos relacionados à doença, para que você transforme sua vida e a de quem você ama.

Antes de tudo, entenda o tamanho do problema e da solução


A primeira informação que quero te passar é a seguinte: a taxa de pessoas com AVC que apresentam um segundo evento não é baixa. Um estudo publicado em 2016, que acompanhou quase 5000 (cinco mil) pessoas com AVC ou ataque isquêmico transitório, mostrou que 12% delas apresentou um novo evento em menos de 1 ano.


Talvez você seja aquela pessoa que bate no peito e fala: mas no Brasil é diferente! Sinto muito te dizer que não. Dois estudos feitos em nosso país, que acompanharam os pacientes com AVC por mais tempo – 3 e 5 anos, mostraram taxas de recorrência de 13,4% e 12%, respectivamente.


A segunda informação é mais animadora. Um estudo de 2011 mostrou que, nos últimos 50 anos, a taxa anual de pessoas que tem um segundo AVC está caindo, sobretudo por causa do melhor controle da pressão arterial e da introdução de medicamentos específicos, como os antitrombóticos (aspirina e sua turma!).



Prevenir o AVC é seguir 3 passos


Para se evitar um segundo AVC, é necessário seguir 3 passos: controle os fatores de risco, trate a causa específica e seja acompanhado por um time multiprofissional.


1. Controle os fatores de risco


Em um outro artigo (clique aqui), deixei claro que existe um perfil de pessoas mais propenso a ter AVC. Esse perfil tem tudo a ver com a carga de doenças e de hábitos que cada um carrega ao longo da vida.


Sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo, estresse, dieta inadequada, obesidade, diabetes, colesterol alto, doenças específicas do coração e, principalmente, pressão alta. Todos esses fatores que acabei de listar contribuem para mais de 90% de todos os casos de AVC.


Um estudo mostrou que a adoção de 5 estratégias resultou em 80% menos risco de ter um novo AVC ou ataque isquêmico transitório. Isso mesmo, 80%. As estratégias foram: modificação de dieta, exercício físico e o uso de medicamentos que agem evitando a formação de trombo (coágulo) e controlando o colesterol e a pressão alta. Veja só, são mudanças simples com um elevado benefício final.


2. Trate a causa específica


Existem várias causas que podem levar ao AVC isquêmico. Ele pode ser decorrente de: (1) estreitamento (por um trombo) dos grandes vasos que levam sangue ao cérebro, (2) doença das pequenas artérias cerebrais, (3) doença cardíaca que facilita a formação de coágulos, além de outras causas mais específicas.


Cada subtipo desse relaciona-se a uma estratégia de prevenção. Em alguns casos, é necessário realizar algum procedimento cirúrgico, enquanto para outros, a introdução de medicamentos específicos pode ser eficaz para evitar um segundo AVC.


Por isso, para determinar qual tratamento específico será iniciado, uma avaliação médica detalhada e uma série de exames (de sangue e de imagem) precisam ser realizados.


3. Seja acompanhado por um time multidisciplinar


Confesso a vocês que, por um tempo, eu só pensava nos 2 passos acima – controlar fator de risco e tratar a causa específica – como sendo fundamentais para prevenir um segundo AVC.


Porém, de nada adianta ter isso em mente, se não tiver apoio e acompanhamento das pessoas certas a fim de virar o jogo. É igual ao futebol: de nada adianta ter bons jogadores, se o técnico do time não sabe identificar as melhores peças para cada área do campo e treiná-las com foco no adversário. Provavelmente, eles terão individualmente um desempenho razoável, mas o objetivo principal - fazer gols – não será plenamente atingido.


Da mesma maneira, para se prevenir um AVC, de nada adianta o indivíduo ter as melhores intenções. Sem um bom tratamento médico, sem uma modificação de dieta acompanhada por nutricionista, sem um bom educador físico para instruir os melhores exercícios, muito provavelmente o objetivo final não será alcançado.


Por isso, procure bons profissionais, pois a jornada de transformação será muito mais fácil.


As 3 perguntas para virar o placar e não ter um novo AVC


1. Qual(is) fatore(s) de risco – pressão alta, colesterol elevado, diabetes, etc – você tem e qual(is) está modificando/tratando?

2. Você passou por uma investigação detalhada do seu AVC e sabe o que o causou?

3. Está sozinho(a) ou junto(a) de um profissional - ou ainda melhor, de um time - que te apoia na prevenção de um segundo AVC?


Mãos à obra! Escreva nos comentários suas respostas e ponha em prática esses 3 passos.



Referências:

  1. N Engl J Med. 2016;374(16):1533-42. doi: 10.1056/NEJMoa1412981.

  2. Circulation. 2011;123(19):2111-9. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.109.934786.

  3. Arq Neuropsiquiatr. 2018;76(10):649-53. doi: 10.1590/0004-282X20180095.

  4. Int J Stroke. 2018;13(7):725-33. doi: 10.1177/1747493018763906.

  5. Stroke. 2007;38(6):1881-5. doi: 10.1161/STROKEAHA.106.475525.


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